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1894 Instalação da Comissão Construtora da Nova Capital de Minas Gerais, no antigo Arraial de Curral del Rei, iniciando os trabalhos com a cravação da estaca zero do ramal férreo de ligação com a Estrada de Ferro Central do Brasil, a partir do entroncamento da Estação de General Carneiro, em Sabará.
Lançamento da pedra fundamental do prédio da Estação de Minas, projetado sob a orientação do arquiteto José de Magalhães e previsto para ser erguido às margens do Ribeirão Arrudas, no ponto mais baixo da malha urbana da nova capital.
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1895 Aprovação da Planta Geral da Cidade de Minas, futura capital do estado, elaborada pela Comissão Construtora, sob a chefia do engenheiro Aarão Reis, determinando-se a demolição de todo o antigo Arraial de Curral del Rei para a implantação da nova cidade.
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1896
Construção junto à Praça da Estação, dos galpões e do casarão do industrial e construtor português Antônio Teixeira Rodrigues, o Conde de Santa Marinha.
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1897 Chegada à Estação de Minas do comboio de inauguração da nova capital, então denominada Cidade de Minas, com a presença do presidente do estado Bias Fortes.
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 Prédio da Antiga Estação de Minas. Acervo Manoel Monachesi
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1898
Início do funcionamento do primeiro mostrador (relógio) público da cidade, instalado na torre do prédio da Estação de Minas.
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1899 Incorporação oficial do ramal férreo da nova capital, construído pela Comissão Construtora, à Estrada de Ferro Central do Brasil, após ser adquirido pela União.
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1901 Mudança do nome da capital mineira, de Cidade de Minas para Belo Horizonte.
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 Prédio da Companhia Industrial Belo Horizonte. Acervo Família Carneiro Rezende
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1906 Conclusão dos trabalhos de embelezamento, iniciados em 1904, com a arborização e o ajardinamento da Praça da Estação, considerada o cartão de visitas da cidade. Construção na praça, da grande fábrica de tecidos da Companhia Industrial de Belo Horizonte.
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1913 Implantação do primeiro desvio ligando a via férrea da Central a um estabelecimento industrial, A Serraria, de Garcia de Paiva & Pinto, junto à Praça da Estação. Instalação na praça, do busto de bronze homenageando a heroína brasileira Anita Garibaldi.
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1914 Nova denominação para a Praça da Estação – Praça Cristiano Otoni -, em homenagem às atividades deste político mineiro no setor ferroviário.
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 Chegada do primeiro lastro da bitola larga em Belo Horizonte. Acervo Manoel Monachesi
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1919 Inauguração do tráfego de bitola larga ligando Joaquim Murtinho a Belo Horizonte, com a construção das estações da Gameleira, Jatobá, Barreiro e Calafate.
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 Rei Alberto, da Bélgica, na plataforma da Estação da Oeste de Minas, com o Presidente Epitácio Pessoa e o Governador Arthur Bernardes. Acervo RFFSA (Coleção Arquivo Público Mineiro)
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1920 Demolição do edifício da Estação de Minas, na praça, e a construção do prédio da Estação da Oeste de Minas, na Rua Sapucaí. Lançamento da pedra fundamental do novo prédio da Estação Central, com a presença do presidente do Estado, Arthur Bernardes. Inauguração do prédio da Estação da Oeste de Minas, na Rua Sapucaí. Projeto elaborado sob a responsabilidade de Caetano Lopes e construído pelo engenheiro Antônio Gonçalves Gravatá. Visita do Rei Alberto e da rainha Elizabeth, da Bélgica, recebidos apoteoticamente por uma grande multidão espalhada pela Praça da Estação. Os soberanos belgas chegaram na companhia do presidente da República, Epitácio Pessoa, em vagões fabricados especialmente para a ocasião.
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 Prédio da fachada frontal da nova Estação de Belo Horizonte da Estrada de Ferro Central do Brasi. Acervo Museu Histórico Abílio Barreto
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1922 Inauguração do novo prédio da Estação Central, com a presença do presidente do estado Raul Soares. Edificado no mesmo local do anterior, teve projeto do engenheiro Caetano Lopes, com desenho do arquiteto Luiz Olivieri e construção do engenheiro Antônio Gravatá.
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1923 Nova denominação para a Praça da Estação – Praça Rui Barbosa, em homenagem ao grande jurista brasileiro, recém-falecido.
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 Trecho da Avenida do Contorno com o Viaduto da Floresta recém-construído. Acervo Público de Belo Horizonte
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1924 Implantação do projeto de reforma paisagística da Praça da Estação, elaborado pelo arquiteto Magno de Carvalho: construção de canteiros ajardinados, dois lagos, dois caramanchões, escadas, sarjetas e arruamentos, instalação de quatro esculturas representativas das estações do ano, além de dois tigres e dois leões; calçamento dos passeios ao redor dos jardins em mosaico português.
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1925 Edificação de novos armazéns da Central junto ao Casarão do Conde de Santa Marinha.
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1926 Lançamento da pedra fundamental do Viaduto Arthur Bernardes (Viaduto Santa Tereza), construído para facilitar o acesso aos bairros Floresta e Santa Tereza. Projeto do engenheiro Emílio Baumgart, executado sob a supervisão técnica da Estrada de Ferro Central do Brasil. Inauguração das obras de reforma paisagística da Praça da Estação, com a transferência do busto de Anita Garibaldi para o Parque Municipal.
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 Postal com o Monumento à Civilização Mineira. Acervo Otávio Dias Filho
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1930 Inauguração do Monumento à Terra Mineira, com a presença do presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. Obra do escultor italiano Júlio Starecce, homenageando Bandeirantes e Inconfidentes.
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 Projeto do Viaduto Santa Tereza. Acervo SEEBLA
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1936 Construção do Viaduto da Floresta, sob a fiscalização do arquiteto e engenheiro Otávio Goulart Pena. Inauguração na praça, da fonte luminosa Independência, projeto de Antônio Corrêa Beraldo.
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1940/1950 Acelerada expansão urbana, horizontal e vertical de Belo Horizonte, Grande desenvolvimento do transporte rodoviário, provocando a mudança no uso da Estação Central, restringindo-a ao transporte de cargas e a alguns trens suburbanos, intermunicipais e interestaduais. Perda da importância do trem como meio de transporte para o ônibus, o automóvel e o avião.
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 Vista parcial dos jardins da Praça da Estação quando ainda apresentava todos os monumentos e Belo Horizonte era chamada de Cidade Jardim. Acervo Eunice Viváqua
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1963 Duplicação da Avenida dos Andradas, entre as ruas Caetés e Guaicurus, com abertura de nova pista junto ao Ribeirão Arrudas acarretando grande perda de área ajardinada da praça. Retirada dos caramanchões e de um dos lagos e transferência das esculturas representativas das estações Inverno e Outono para a Praça Afonso Arinos, e dos dois leões para o Jardim Zoológico.
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1969 Retirada dos jardins da Praça Rui Barbosa, das outras duas estátuas em mármore, representativas das estações Primavera e Verão, transferidas para o Palácio da Liberdade, devido a má conservação.
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1972 Criação da região Metropolitana de Belo Horizonte, com os bairros periféricos da cidade, em exagerada expansão, determinando a implantação de um sistema viário dinâmico para atender à demanda crescente pelo transporte coletivo.
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1975 Criação da Empresa Brasileira dos Transporte Urbanos – EBTU, impulsionadora da implantação das empresas Metropolitanas de Transportes Urbanos.
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 Greve de operários da construção civil, manifestação na Praça da Estação. Acervo Estado de Minas
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1980 Retorno de manifestações políticas, comícios e passeatas à Praça da Estação, que volta a ser um espaço de interlocução entre a sociedade civil e o governo, apesar de maltratada. Início da campanha liderada pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB/MG, pela preservação do acervo urbanístico da Praça Rui Barbosa, ameaçado de descaracterização pela implantação de uma estação do trem metropolitano. A proposta Geipot/Metrobel/EBTU ameaça demolir o conjunto arquitetônico da praça, com a instalação de vários terminais de ônibus para a integração com o metrô. Grupos de defesa do patrimônio cultural se mobilizam e lançam um movimento pioneiro em Belo Horizonte, de proteção e recuperação de um espaço urbano historicamente significativo.
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1981 Realização do Encontro pela Revitalização da Praça Rui Barbosa, com debates sobre a importância da preservação de seu conjunto urbano, contando com a participação de técnicos dos poderes públicos que propunham a instalação do metrô e representantes políticos e de entidades civis de proteção do patrimônio cultural. Criação do Consórcio Metropolitano de Belo Horizonte, posteriormente denominado Demetrô.
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Poema “A Praça da Estação de Belo Horizonte” de Carlos Drummond de Andrade
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1982 Publicação, no jornal Estado de Minas do dia 3 de janeiro, do poema A Praça da Estação de Belo Horizonte, em que Carlos Drummond de Andrade declara o seu protesto por quererem “mascarar a memória urbana, alma da cidade”.
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1983 Canalização do Ribeirão Arrudas e construção do muro de cimento em suas margens.
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1984 Criação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU, para planejamento e operação dos sistemas de trens metropolitanos de algumas capitais brasileiras, inclusive Belo Horizonte.
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1985 Definição por lei municipal, em anexo à Lei de Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, do perímetro da Área de Proteção do Conjunto da Praça Rui Barbosa, resultado da ação da sociedade civil em defesa da praça, que já em 1983 havia conseguido aprovar um projeto de lei transformando a região da Praça da Estação em área de urbanização restrita.
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1986 Entra em operação comercial, pelo Demetrô, o trem metropolitano (metrô de superfície), no trajeto ligando a Estação da Lagoinha a do Eldorado.
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 Construção das plataformas do trem Metropolitano. Acervo Artur Iannini
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1987 Inauguração do trecho Lagoinha – Estação Central, com o metrô utilizando o leito e os trilhos ferroviários, além dos prédios das antigas estações da Central do Brasil e da Oeste de Minas, como ponto de parada. Aquisição pelo governo estadual do prédio da antiga Serraria Souza Pinto, que abrigava então um estacionamento e uma oficina mecânica e estava destinado a, após restauro, tornar-se um centro cultural.
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1988 Homologação do tombamento estadual do Conjunto Paisagístico e Arquitetônico da Praça Rui Barbosa, ocasionando logo depois o início do processo de restauração do prédio da Estação Central e dos armazéns da Rede Ferroviária.
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 Obras no prédio da antiga Escola Livre de Engenharia para implantação do Centro Cultural da UFMG. Acervo Arquivo Público Mineiro
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1989 Inauguração do Centro Cultural da UFMG no prédio da antiga Escola Livre de Engenharia, dentro da campanha de revitalização do conjunto urbano da Praça Rui Barbosa visando integrar as diversas edificações em um corredor cultural. Apropriação do espaço da Praça Rui Barbosa, a partir da década de 1980, tanto pelo poder público, para promoção de festas populares (Forró de Belô) e shows artísticos, quanto pela população, para manifestações culturais e políticas (comícios).
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1990 Criação do Núcleo Histórico da Rede Ferroviária Federal, na Casa do Conde de Santa Marinha. Realização do Concurso Nacional de Anteprojetos para o Museu de Arte de Belo Horizonte. A proposta vencedora, a ser construída em terreno da Praça da Estação, ainda não foi executada.
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1995 Licitação pela Prefeitura, para a elaboração de projeto urbanístico de recuperação da área da Praça Rui Barbosa. Venceu a equipe de arquitetos da firma BGL, que foi então contratada para desenvolver as soluções propostas.
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 Serraria Souza Pinto antes e depois das obras de restauração. Acervo IEPHA/MG
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1996 Depredação das estátuas femininas – as ninfas das fontes do lago da Praça da Estação. Devido aos protestos contra a destruição e o abandono da praça, abre-se concorrência para o financiamento de sua reforma, em troca do direto da exploração de um estacionamento subterrâneo a ser ali construído. Por não lograr êxito, põem-se em prática outras alternativas, como uma feira semanal de artes, artesanatos e variedades.
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 Serraria Souza Pinto antes e depois das obras de restauração. Acervo IEPHA/MG
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1997 Centenário de Belo Horizonte. Depois de cem anos, a Praça da Estação transfigurada, passa a receber diariamente milhares de passageiros, que chegam e partem apressados nos vagões do metrô, ou aguardam nas filas dos vários terminais de ônibus ali existentes. Inauguração das obras de restauração do prédio da antiga Serraria Souza Pinto, que passa a funcionar como espaço para a realização de eventos e de uso cultural diversificado.
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1998 Tombamento municipal do Conjunto Urbano da Praça Rui Barbosa e Adjacências, aprovado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.
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1999 Liquidação da Rede Ferroviária Federal, proprietária de uma grande área junto à praça. Prefeitura, IEPHA/MG e IAB/MG se unem na tentativa de preservar a ambiência ali existente.
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2000 Divulgação do projeto da empresária Angela Gutierrez, de instalação, na área da Praça Rui Barbosa, de um Museu de Artes e Tradições Populares.
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 Outono, escultura do conjunto das quatro estações do ano que integrava o paisagismo original da Praça da Estação.
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2001 Realização do fórum Quatro Estações, promovido pela Prefeitura: reunião de propostas em um único plano específico para a região atravessada pelo Ribeirão Arrudas, no trecho que vai do Parque Municipal, passando pela Praça Rui Barbosa, até o Terminal Rodoviário, onde se localizam quatro estações de transporte público, inclusive a Estação Central. Desaparecimento da escultura representativa da estação Outono, anteriormente transferida da Praça Rui Barbosa para a Praça Afonso Arinos, de onde foi furtada. Ainda não foi encontrada. Instalação da Secretaria Municipal de Cultura no Edifício Chagas Dória, na rua Sapucaí com Avenida Assis Chateaubriand.
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 Detalhe da fachada do prédio da Estação Central do Brasil, restaurado em 2002
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2002 Execução das obras de recuperação do Viaduto da Floresta. Instalação do Museu de Artes e Ofícios na Praça Rui Barbosa, ocupando os prédios restaurados das antigas estações das estradas de ferro Central do Brasil e Oeste de Minas.
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